Na Praia da Luz, onde o tempo se entrelaça com a matéria, a
luz invisível do infravermelho revela segredos ancestrais. As rochas,
testemunhas do Cretácico Inferior, emergem entre sombras espectrais, vestidas
de cores que o olho nu não capta. Sedimentares e vulcânicas, guardam memórias de
oceanos antigos e chamas adormecidas.
Na areia, as pedras repousam em silêncio, esculpidas pelo
vento e pelo sal. Seus contornos desenham histórias esquecidas, enquanto a luz
filtrada lhes confere um brilho etéreo, quase onírico. Através da lente, a praia
transforma-se num cenário de contrastes vivos, onde a matéria terrestre
encontra o toque imaterial do tempo e da luz.