A fábrica Oliva, outrora um dos pilares da indústria
metalúrgica portuguesa, ergue-se hoje como um vestígio silencioso do passado em
São João da Madeira. Fundada em 1925, foi sinônimo de inovação e progresso,
produzindo desde máquinas de costura a peças de fundição que marcaram gerações.
As suas ruínas, captadas pela fotografia infravermelha,
revelam uma dimensão oculta do tempo. Sob esse espectro invisível, o concreto e
o metal adquirem tons fantasmagóricos, onde a luz desenha memórias nas paredes
corroídas. A natureza, que lentamente reclama o espaço, resplandece em brancos
etéreos, como se as árvores e heras fossem espectros vivos entre os escombros.
A fotografia infravermelha não apenas documenta a
decadência, mas recria a ruína como um palco de poesia visual, onde o passado e
o presente se entrelaçam num jogo de luz e sombras que desafia a perceção do
real. Oliva renasce, não como fábrica, mas como um sonho espectral impresso em
imagens que transcendem o tempo.